Topo
projeto social caminhos pra elas

Caminhos para Elas 2025: resultados, histórias e impactos da segunda edição do projeto social IVECO

Uma jornada de capacitação e oportunidades que está abrindo espaço para mais mulheres no transporte através do projeto social da IVECO.

Mulheres que antes viam o caminhão como um sonho distante hoje já estão ocupando a boleia, mostrando que há espaço para elas nas estradas do Brasil. É um movimento real, e ainda no começo, mas crescente. 

De acordo com a CNT (2025), as mulheres representam apenas 18,9% da força de trabalho no transporte, e apenas cerca de 3,4% estão ao volante de veículos pesados, segundo a Senatran, um número que revela o quanto o setor ainda precisa avançar em representatividade.

Foi nesse contexto que, no ano passado, a IVECO lançou o Caminhos para Elas, uma formação híbrida, em parceria com o SEST SENAT, combinando aulas teóricas e práticas, para abrir oportunidades reais para mulheres que desejam se tornar motoristas profissionais no setor de transporte.

Neste ano, chegamos ao fim da segunda edição, trazendo novas histórias, mais aprendizados e o mesmo propósito: impulsionar com responsabilidade e proximidade a presença feminina nas estradas.

Ao longo deste artigo, você confere como foi essa jornada em 2025, os resultados consolidados, relatos de quem já está atuando e os próximos passos do programa.

Resultados consolidados da edição 2025

A segunda edição do Caminhos para Elas levou capacitação e novas oportunidades para diferentes regiões do Brasil. Em 2025, o programa chegou a Campinas (SP), Porto Alegre (RS), Campo Grande (MS), São Luís (MA) e Goiânia (GO), ampliando o alcance e permitindo que ainda mais mulheres tivessem acesso à formação.

Além disso, o programa cresceu, com 67% a mais de vagas em relação à primeira edição, e trouxe melhorias importantes. Uma delas é a inclusão de mais aulas aos finais de semana, devido a uma pesquisa feita com as alunas da primeira turma, justamente para ajudar a conciliar melhor a rotina de estudos com as demais responsabilidades do dia a dia. 

Também houve reforço nas aulas práticas, para que as motoristas pudessem acumular mais “mão na massa” e confiança antes de ingressar no mercado.

A formação contou com uma carga horária total de 122 horas, sendo 74 horas teóricas e 48 práticas. As aulas abordaram temas como legislação de trânsito, direção defensiva, primeiros socorros, normas regulamentadoras, movimentação de carga e competências técnicas. 

Da sala virtual para a estrada real: aprendizado que transforma.

Um dos módulos mais inspiradores foi o “Mulher na Estrada”, conduzido por Suelen Lopes, que discutiu os desafios e oportunidades do dia a dia das motoristas profissionais, trazendo reflexões sobre comportamento, segurança e autoconfiança. Compartilhando vivências reais, Suelen contribuiu para que as alunas pudessem enxergar a estrada de maneira mais consciente e confiante.

Grupo de pessoas posando para foto

O conteúdo gerado por IA pode estar incorreto.
Quando uma mulher conta a sua história, ela ajuda outras mulheres a enxergarem a própria história. 

As atividades práticas incluíram desde simulações em grupo até práticas individuais de condução segura, com caminhões IVECO e simuladores do SEST SENAT, um diferencial que fortalece a experiência das participantes antes de entrarem de fato no mercado.


Do simulador à direção, instrutores e alunas lado a lado

Além das aulas, o programa também promoveu encontros com empresas transportadoras, realizados nas cinco cidades participantes: Campinas (SP), Porto Alegre (RS), Goiânia (GO), São Luís (MA) e Campo Grande (MS). Mais de 200 pessoas participaram desses eventos, que reuniu profissionais do setor em um espaço de diálogo e troca de experiências.

Esses momentos foram fundamentais para fortalecer a rede de contatos, discutir a equidade de gênero no transporte e aproximar as motoristas recém-formadas das empresas que buscam ampliar sua força de trabalho feminina.

Nos encontros com transportadoras, pontes foram criadas entre o sonho e a oportunidade.

Como destacou Ilena, da JIT Transportes, convidada do encontro em Goiânia:

“Um dos desafios da mulher é ser a pessoa que cuida, disposta a cuidar do outro, cuidar da família. Por isso a importância desse programa, o Caminhos para Elas, pois dá voz a ela, também dá oportunidade a ela…”

Vitrine para Elas: conectando motoristas ao mercado por meio do LinkedIn

A jornada das alunas do Caminhos para Elas não termina com a formatura. Pelo contrário, é aí que muitos novos caminhos começam. Pensando em como apoiar essas mulheres na etapa seguinte, a IVECO criou o Vitrine para Elas, uma iniciativa complementar que orienta e incentiva as participantes a criarem e fortalecerem seus perfis profissionais no Linkedin, a maior rede profissional do mundo. 

A proposta é clara: aumentar a visibilidade das novas motoristas e aproximá-las das transportadoras que buscam ampliar a diversidade em seus quadros. 

Ao aprenderem a usar a plataforma de forma estratégica, essas profissionais ganham uma nova vitrine para mostrar suas conquistas, se conectar com empresas e se posicionar no mercado com mais segurança, profissionalismo e autonomia.

Resultados em números 
Mais do que uma formação técnica, o Caminhos para Elas é uma experiência de transformação, e isso se reflete nos resultados. Cada módulo concluído, cada hora de prática e cada nova mulher ao volante representam conquistas que vão muito além da sala de aula.

Em 2025, a segunda edição consolidou o sucesso da iniciativa, com indicadores que comprovam o comprometimento das participantes e a força do projeto social:

  • 40 vagas oferecidas
  • 35 mulheres concluíram a formação
  • 8,5% já estão contratadas na área de transporte/logística*
    *número que tende a crescer, já que elas ainda são recém-formadas
  • Assiduidade média: 99,8%
  • Nota final média: 9,4

Histórias reais: o começo de um sonho

Esses números contam uma história de dedicação e superação. Eles refletem o empenho das alunas em equilibrar rotinas, vencer desafios e trilhar um novo caminho profissional — agora, com mais confiança e qualificação para ocupar seu espaço no setor de transportes.

Entre elas está Renatha Kricia de Araújo Moreno, de Campo Grande (MS), uma das participantes da segunda edição do Caminhos para Elas.

Renatha conheceu o programa pelas redes sociais, num momento em que buscava um novo rumo profissional. “Eu vinha perguntando pra Deus o que eu iria fazer da minha vida. Sempre quis me profissionalizar, mas os cursos eram caros e nunca cabiam nas minhas condições financeiras”, relembra.

Treinamento com caminhões IVECO S-Way: construindo confiança ao volante.

Antes de participar do projeto social, ela já havia tentado várias vezes ingressar na área de transporte, mas esbarrava em um obstáculo comum entre as candidatas: a exigência de cursos especializados. “As empresas perguntavam se eu tinha o curso MOPP, e quando eu dizia que não, diziam que isso dificultava a contratação.”

Sobre a formação, ela afirma: “Posso falar que foi a melhor coisa que aconteceu pra mim esse ano. Aprendi muita coisa, conheci pessoas incríveis e professores maravilhosos. A experiência de entrar na cabine do caminhão foi algo indescritível.”

Durante o curso, ela participou de aulas teóricas e práticas, incluindo simulações em caminhão e treinamentos com instrutores especializados. 

“O que mais me marcou foram as aulas práticas no cavalinho e o curso especializado. Estar na sala com aquelas pessoas foi muito especial. Me emociono só de lembrar, porque sinto que era o momento certo, o que eu precisava viver”, relata.  

Hoje, ela colhe os frutos dessa jornada. O curso fortaleceu seu currículo e abriu as portas para o mercado. “Agora eu tenho um curso especializado, inclusive o MOPP que o mercado tanto exigia, e diversas aulas teóricas e práticas. Me sinto à frente de muitos concorrentes, principalmente de quem, assim como eu, ainda não tinha experiência.”

Renatha conseguiu sua vaga no setor, e atualmente trabalha como motorista de ônibus urbano, um passo importante rumo ao seu real sonho, que é dirigir uma carreta nas estradas do Brasil. “Estar trabalhando na área de transporte é uma realização. Claro que o meu desejo é estar na carreta, mas já me sinto realizada. Sei que estou próxima de alcançar o que realmente quero.”

Renatha Kricia, de Campo Grande (MS), ocupando seu lugar no volante de um ônibus urbano.



Ela também fala com franqueza sobre as dificuldades que enfrentou ao tentar se inserir em um setor historicamente masculino. 

“Uma vez, um recrutador me disse que a empresa não contratava mulheres, que era exclusiva para homens. Em outra entrevista, o dono de uma transportadora me perguntou se meus filhos seriam um problema, se eu daria atestado ou inventaria desculpas por causa deles. Ele não falou com essas palavras, mas deixou isso claro. E isso doeu, porque sabemos o quanto é mais difícil pra gente.”, relembra. 

Mas ela não desistiu. Com determinação, transformou os desafios em aprendizado e está construindo a sua história no transporte.  Às mulheres que sonham em seguir o mesmo caminho, Renatha deixa um recado:

“Não desistam. A gente vai ouvir muitos ‘nãos’, vai ter portas fechadas, mas enquanto isso, é importante se especializar, melhorar o currículo e acreditar. Uma oportunidade sempre aparece. A minha veio no coletivo, mas ainda vou chegar na carreta, tenho fé nisso.”


Inclusão feminina: por que isso importa?

Promover a presença feminina no transporte é, antes de tudo, uma questão de equidade. O relato de Renatha, sobre os ‘nãos’ que recebeu, não é um caso isolado. As mulheres enfrentam barreiras estruturais e culturais que limitam suas oportunidades de acesso e crescimento profissional, e romper com essas barreiras é um passo fundamental para construir um setor mais diverso, justo e forte.

Empoderar mulheres nesse contexto significa ampliar seu acesso a recursos, oportunidades e poder de decisão, reduzindo desigualdades históricas e transformando realidades.

Mas o tema também tem uma dimensão prática e estratégica: ao mesmo tempo em que o setor de transporte ainda é marcado por desigualdades de gênero, o Brasil vive uma escassez crescente de motoristas qualificados. 

Por isso, abrir espaço para as mulheres significa não apenas corrigir um desequilíbrio, mas também fortalecer o mercado e garantir a continuidade das operações logísticas em um momento de alta demanda.

E vale destacar: estudos de trânsito mostram que as mulheres tendem a ser mais cautelosas ao volante, registrando menos ocorrências e contribuindo para um ambiente rodoviário mais seguro. Ou seja, o ganho é duplo: mais diversidade e mais segurança nas estradas.


Encerramento e próximos passos

O Caminhos para Elas é um exemplo concreto de como investir em formação e incentivo pode gerar resultados reais, pois o programa não apenas prepara novas profissionais, mas inspira famílias, comunidades e empresas a enxergarem o transporte de um novo jeito, mais inclusivo, humano e cheio de possibilidades.

A edição 2025 do programa chega ao fim, mas a jornada continua. Os resultados são motivo de orgulho, mas os dados reforçam que ainda há muito trabalho a ser feito.

E a boa notícia é que já temos novos planos para 2026: expansão do programa, mais vagas e mais oportunidades para mulheres que sonham em entrar no transporte rodoviário.

E a IVECO seguirá firme nesse compromisso, por uma estrada cada vez mais diversa e inclusiva. Vamos em frente, mulheres! 

Sem Comentários

Postar um Comentário