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QUEM VÊ CARA NÃO VÊ CAMINHÃO. CONFIRA O FILME #3!

CAMINHONEIRO NÃO TEM CARA

Conheça Pedro Jaime que, com 21 anos, já inspira por sua vida nas estradas. O jovem mostra que caminhoneiro não tem padrão de aparência e de idade, mas precisa ter amor pelo que faz. 

Cara de menino, mas uma responsabilidade sem tamanho: movimentar o Brasil, transportando cargas diversas pela região Sul do país. Pedro Jaimes tem apenas 21 anos e, apesar de ser novo na profissão de caminhoneiro, sempre carregou esse sonho consigo. 

Enquanto segue sua jornada nas estradas, sempre se depara com a surpresa das pessoas ao descobrirem o que ele faz. Em algumas entregas, chega a ser confundido com o “filho do caminhoneiro”, uma vez que a sociedade tem em mente uma imagem estereotipada sobre a classe. 

Pedro, tão novo e cheio de oportunidades, poderia ter ido à universidade e seguido outros caminhos como sua mãe sugeriu, mas foi firme e preferiu seguir a paixão que é de sangue. Com 72 mil inscritos no Youtube e 114 mil no Instagram, o jovem inspira pela sua forma de viver a vida nas estradas, sempre com leveza e bom humor. 

Em entrevista exclusiva à IVECO, ele contou como tem sido essa trajetória. Confira o bate-papo abaixo e, ao final, assista ao 3º e último episódio da série “Quem vê cara não vê caminhão”, nossa homenagem ao Dia do Caminhoneiro. 

Como surgiu o sonho de ser caminhoneiro? 

Nasci numa família de caminhoneiros, meu pai, meus tios e meus avós são todos caminhoneiros, então foi um processo muito natural, já que está no sangue da minha família. Quando eu tinha cerca de 7 anos de idade, nas férias da escola ou feriados e finais de semana, eu viajava com meu pai no caminhão e amava! Então foi ali que começou o meu amor pela boleia e pela profissão. 

Desde quando está na estrada? Quando e com que objetivo você começou a registrar sua rotina para o Youtube? 

Comecei ajudando meu pai, fazendo viagens junto com ele para aprender e pegar o jeito. Foi ele quem me ensinou tudo sobre a profissão, inclusive a dirigir. Mas eu me tornei caminhoneiro mesmo em 2021 e, assim que botei o pé na estrada, também criei o canal no Youtube. 

A ideia do canal surgiu de um jeito muito espontâneo. Como o meu caminhão é diferente, todo ajeitado e com a traseira erguida, a gurizada começou a sugerir. Muita gente falava: “por que você não cria um canal para mostrar detalhes do seu caminhão?” Eu sempre fui comunicativo pessoalmente, mas tinha zero jeito para falar para as câmeras, era mais reservado, na minha. Então criar o canal acabou me desafiando e me ajudou a ser mais extrovertido. 

O objetivo sempre foi mostrar a realidade da vida de um caminhoneiro, o dia a dia, e detalhes do meu caminhão. Eu não imaginava que teria tanta proporção, eu apenas registrava e aos poucos fui entendendo como funciona e aprendendo a mexer na plataforma, inclusive tive a ajuda de um amigo meu neste início. Se você observar os primeiros vídeos, vai ver como eram “chucros”, tudo bem direto, só mostrando meu dia a dia mesmo. O crescimento foi rápido e me surpreendeu muito. 

Sua família sempre te apoiou? Como foi a reação deles quando você disse que se tornaria caminhoneiro? 

O meu pai me apoiou desde o início e ficou muito feliz e orgulhoso quando eu disse que queria ser caminhoneiro. Já a minha mãe ficou com o pé atrás no começo, dizia que era perigoso e tinha receio. Ela tentou me convencer a fazer faculdade, disse que pagaria os estudos para mim, mas eu fui firme e disse a ela que queria mesmo ser caminhoneiro. Depois ela aceitou e me apoiou também. Lembro que ela disse: “Bom, eu tentei, se você não quer, então bora, eu te apoio nessa decisão.”  

Fale sobre sua rotina. O que você transporta e quanto tempo passa viajando? 

Eu puxo mais aqui na região sul mesmo, transporto grãos, adubo, e às vezes vou para o litoral de Santa Catarina e volto com cimento também. A rotina varia muito. Geralmente eu acordo, faço meu mate, já vou vendo o que tem para fazer no dia e por aí vai. Teve uma viagem em que passei 40 dias na fronteira, na safra de arroz, levando arroz da lavoura para a cidade neste período. Enquanto estava lá, aproveitei para pescar, me conectar com as pessoas e a natureza. Choveu muito, mas quando parava de chover, eu ia pescar, caçar tatu e aproveitar o momento e o que a vida tem a me oferecer sempre. Busco sempre dar risada e viver a vida com leveza. 

Qual a maior dificuldade da profissão? 

Às vezes as pessoas tratam a gente com desrespeito, infelizmente. A gente chega num lugar e não é bem tratado. A firma muitas vezes depende do caminhoneiro e não trata o caminhoneiro bem, tem gente que nem olha na nossa cara ou age de forma mau educada.

Não precisamos de nenhum tratamento especial, mas acho que respeito é básico e a gente dá para todos. Apesar de muitas vezes ser tratado com menosprezo, eu trato todos bem, mesmo para quem não age da mesma forma comigo.


As pessoas têm muito preconceito com caminhoneiro porque aquele 1% de profissionais que agem de forma inadequada prejudicam a imagem dos outros 99%. Eu sempre cuido para dar o exemplo no meu canal, sou prudente para fazer ultrapassagens, manter a velocidade correta e etc. Porque eu sei que existem pessoas e crianças me assistindo, então eu quero ser uma boa influência. 

Qual a melhor parte de ser caminhoneiro? 

Eu adoro estar cada dia em um canto. Sempre me imaginei nesse lugar, conhecendo lugares diferentes, sem fazer a mesma coisa todos os dias. Tem gente que gosta da vida no escritório e eu não estou desmerecendo essas pessoas, mas eu já trabalhei assim e não conseguia ficar parado. Apesar de ter apenas 21 anos, eu tenho uma experiência boa, porque comecei a trabalhar bem novinho, tanto em loja de bicicleta e loja de pneus. Eu era aquela pessoa que não ficava quieta, estava sempre andando de um canto para outro para resolver algo, fazia desde o financeiro até a troca de pneu. Foram experiências ótimas e eu era feliz, mas desde aquela época eu já sabia aonde queria chegar, a minha mente já estava no caminhão muito antes disso se tornar realidade.

Eu sempre soube aonde eu queria chegar, desde muito novo. Trabalhei em outros lugares, e fui feliz nas experiências que tive, mas a minha mente já estava no caminhão muito antes disso se tornar realidade. 

Como é ter tantos seguidores no Youtube? 

Eu fico muito feliz quando estou na estrada e sou abordado por crianças e elas dizem que se inspiram em mim. Não tem preço isso. Sempre que eu passo por outros caminhoneiros, eles me chamam, e fico muito honrado quando chegam homens mais velhos e falam que me acompanham e me admiram. É incrível pensar que eu, tão novo, sou admirado por pessoas mais velhas e mais sábias que eu. Tem muita gente de coração bom que me acompanha e isso me alegra e me motiva muito a seguir com o canal.

As pessoas se surpreendem quando você diz que é caminhoneiro?

Sim, até nos pedágios, diversas vezes já duvidaram e pediram a minha carteira de motorista. 

Em diversas entregas, as pessoas não acham que eu sou o caminhoneiro. Teve um dia que me falaram: “Está tudo certo com a carga, agora chama seu pai para assinar a nota”. Eu não fico chateado, até me divirto com a reação das pessoas. 

Às vezes eu sinto um certo preconceito de algumas pessoas mais velhas, que acham que eu não sei nada porque sou muito novo. É verdade que eu não sei tudo, e todo dia a gente aprende. Mas isso não quer dizer que eu não tenha nenhum conhecimento sobre o trabalho, afinal eu cresci na boleia e desde criança eu faço parte deste universo dos caminhões, não caí de paraquedas aqui sem saber nada. 

Para você, o que é ser caminhoneiro? 

Ser caminhoneiro é um compromisso, afinal a gente transporta o Brasil. Quando teve aquela última grande greve, o Brasil parou e ficou claro como o país depende da classe caminhoneira. Muitas vezes o pessoal não valoriza e não reconhece o nosso trabalho, mas eu não foco nessa parte, eu filtro e guardo para mim apenas as coisas boas, e foco em cumprir o compromisso da profissão da melhor forma. 

 Confira agora o filme #3 da campanha “Quem vê cara não vê caminhão” e conheça um pouco mais sobre a trajetória de Pedro Jaime.

Se você chegou até aqui, você provavelmente é caminhoneiro(a), conhece um(a) e/ou gosta muito de alguém que é. Compartilhe a campanha em suas redes sociais e nos ajude a espalhar essa mensagem tão importante para quem vive nas estradas. 

Utilize a #hahstag #QuemVeCaraNaoveCaminhao e vamos juntos na luta por uma vida sem rótulos, preconceitos e estereótipos.

PARABÉNS, CAMINHONEIROS E CAMINHONEIRAS! 

QUEM VÊ CARA NÃO VÊ CAMINHÃO, E NÓS, DA IVECO, REFORÇAMOS QUE VEMOS CADA UM DE VOCÊS DE FORMA ÚNICA E COM O CORAÇÃO. ?

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