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Dia do Caminhoneiro IVECO

QUEM VÊ CARA NÃO VÊ CAMINHÃO. CONFIRA O FILME #1!

CAMINHÃO, DESAFIOS E FAZER O BEM:
Conheça a história da caminhoneira Vivian Lopes, que “caiu de paraquedas” na profissão e descobriu a própria força na boleia.

Neste ano, a campanha da IVECO para celebrar o Dia do Caminhoneiro ocorre em três datas. Com o mote  “Quem vê cara não vê caminhão”, lançamos uma trilogia de filmes, com caminhoneiros reais, com o objetivo de colocar luz sobre os estereótipos que a classe enfrenta, diariamente, nas estradas e na vida.

Para inaugurar a trilogia, neste dia 30 de junho, quando o Dia do Caminhoneiro é comemorado no estado de São Paulo (lei estadual nº 5.487), temos o episódio 1: “Caminhão, desafios e fazer o bem.”

Quem vê a caminhoneira Vivian Lopes, de 25 anos, não imagina que ela dirige, carrega e descarrega um caminhão. Isso porquê ela não segue o padrão que as pessoas têm em mente quando se fala em caminhoneiro, afinal, mulheres representam 0,5% do total de caminhoneiros do Brasil, segundo estimativa da Confederação Nacional do Transporte (CNT). Acontece que Vivian também não imaginava que seria caminhoneira algum dia.

No entanto, após seu noivo, Ademar, sofrer um acidente de carro que o deixou paraplégico, ela decidiu encarar a missão de subir na boleia para auxiliá-lo a reencontrar sentido na vida e realizar seu sonho de ser caminhoneiro. Abandonou o trabalho no ramo da moda, tirou a carteira D e aprendeu com ele e na estrada tudo sobre a profissão.

No início, teve muito medo e por várias vezes pensou em desistir. Hoje, ela conta que se apaixonou pela vida nas estradas e que encontrou a própria força na boleia.

Em entrevista exclusiva à IVECO, ela dá detalhes desta história repleta de inspiração. Confira o bate-papo abaixo e, em seguida, o filme #1 da campanha.

Como você se tornou caminhoneira? Conta pra gente como você foi parar na boleia.

Tudo mudou a partir de 2017, quando meu noivo, Ademar, que era namorado na época, sofreu um acidente. Ele capotou o carro e teve uma lesão na coluna, ficando paraplégico. Foi uma época muito difícil, em que passamos por muitos desafios, sempre pedindo forças à Deus. Passei a morar com ele para conseguir ajudá-lo, trabalhava de dia e à noite ficava por conta dele. Me lembro de como foi complicado colocar ele no carro pela primeira vez.

No início, ele caiu numa angústia profunda, pois não tinha controle do próprio corpo, dos movimentos, inclusive o momento de urinar, por exemplo.

Depois que ele recebeu uma visita da equipe do Hospital Sarah kubitschek, ele começou a ter esperança de novo, pois eles mostraram que era possível ele se adaptar a essa nova realidade. Depois de 6 meses, quando ele voltou a ter controle do próprio corpo, ele voltou a dirigir. Fizemos uma rifa para ele reformar o banheiro da casa dele, para adaptar, e como o resultado foi muito bom, acabou sobrando uma quantia, então ele inteirou o restante que faltava para comprar um caminhão.

Quando ele começou a pesquisar sobre as possibilidades, para entender como ele faria para trabalhar como caminhoneiro sendo cadeirante, ele viu que precisaria de uma pessoa ao lado dele. Fez alguns testes com algumas pessoas, mas nunca dava certo, porque elas só queriam fazer a grana ali e depois abandonavam, não davam continuidade.

Eu já tinha carregado com ele algumas vezes e, diante da necessidade, eu decidi que faria dar certo. No início, eu não dormia, tinha muito medo de acidente, ficava vidrada, tinha receio de dividir a carga errada, amarrar errado, ou até mesmo molhar a carga, mesmo lonando. Com o tempo, fui ganhando confiança e hoje já é tudo bem natural pra mim.

“Eu caí totalmente de paraquedas na profissão, mas como eu queria muito que desse certo, funcionou!”

Então, acabei tirando a carteira D, para que eu também pudesse dirigir o caminhão quando necessário, até mesmo pra ele descansar às vezes também. Hoje, eu dirijo 30% do tempo e ele 70%.

Você enfrentou muitos preconceitos quando resolveu virar caminhoneira?  Como foi a aceitação da sua família e das suas amigas?

Sim, sofri certo preconceito, principalmente dentro da minha casa. Escutei coisas como: “Ah, você não vai dar conta, o serviço é pesado, é serviço pra homem. Até hoje, em muitos lugares em que carregamos, tem gente que fica olhando e diz: “será que ela vai dar conta?”. Para minhas amigas, foi bem tranquilo. O pessoal da minha idade costuma ter a mente mais aberta, então elas acharam o máximo.

Vivian trabalhava no ramo de modas, mas abandonou o trabalho e encarou o desafio de ser caminhoneira.

Diferente do Ademar, ser caminhoneira não estava nos seus sonhos. Mas você acabou se apaixonando pela profissão? Conte como foi o processo.

Sim, ser caminhoneira é algo que nunca passou pela minha cabeça, nunca mesmo. Eu trabalhava com a minha mãe, mexia com moda, fabricação de roupas, compra de tecidos. Era diferente, um trabalho bem mais leve fisicamente. Então quando comecei a viajar com o Ademar eu pensava: “Meu Deus, eu não vou dar conta”, porque eu entrei nessa sem saber de nada, aprendi tudo do zero.

Já passei muito aperto com carga, mas também encontrei muita gente solidária na estrada, que me ajudou a amarrar, que teve paciência para me ensinar. Não tive aprendizados apenas com o Ademar, teve muita gente na estrada que sempre nos ajudou também e tudo isso foi fundamental. Então, com o tempo, eu fui vendo que eu dava conta sim. Eu insisti, porque eu queria que desse certo, e acabei encontrando meu lugar onde eu jamais pensei que encontraria.

Para você, qual a maior dificuldade e a maior recompensa de ser caminhoneira?

A maior dificuldade, para mim, é a paciência, sem dúvidas. Sou uma pessoa ansiosa, não gosto de ficar parada, esperando carregar, gosto do caminhão andando. Quando tenho que aguardar,  fico inquieta, então esse é um desafio grande.  Os outros desafios eu já superei, que é amarrar a carga, lonar, etc. Dormir no caminhão e usar banheiros dos postos é algo que já me acostumei também, já sabemos quais postos são mais adequados e vamos sempre neles.

A maior recompensa, sem dúvidas, é a liberdade. Poder viver livre, conhecendo pessoas novas, lugares diferentes, ter liberdade de horário. É incrível poder comandar nossa rotina, até porque trabalhamos para nós mesmos. Então, quando tenho coisas pessoais para resolver, a gente adapta os horários e ajusta para conciliar.

Como é essa rotina, a vida sobre quatro rodas? Quanto tempo vocês passam na estrada e de quanto em quanto tempo vão para casa?

Somos de Divinópolis-MG, e nosso principal trecho é Minas – São Paulo. Carregamos materiais como ferragem, fibra de vidro, cerâmica, entre outros. Passamos a semana no caminhão e os finais de semana em casa. Então o máximo que ficamos longe de casa é cerca de uma semana. No fim de ano, quando a demanda aumenta e os fretes sobem, costumamos fazer destinos mais distantes, como a Bahia e algumas cidades da região Sul.

O caminhão não apenas ensinou o significado de força à Vivian e salvou seu noivo Ademar, mas fortaleceu o casal, que divide a vida e a estrada.

VIVIAN

As pessoas se surpreendem quando você diz que é caminhoneira? Por que você acha que isso acontece?

Sim, esses dias mesmo, publiquei uma foto minha com o caminhão nas redes sociais, e uma conhecida respondeu: “Nossa, é sério? Você é caminhoneira?”, daí ela começou a fazer várias perguntas, perguntando se é difícil, como é a rotina, etc.

Sempre que as pessoas descobrem que sou caminhoneira elas agem com surpresa ou espanto e fazem muitas perguntas, eles têm curiosidade para saber como é, como eu consigo. Mas a verdade é que todo mundo consegue, é só querer muito.

Acho que isso acontece porque a gente cresce com essa ideia de que esse é um trabalho só para os homens, né? Ainda existem mais homens na profissão e os pensamentos antigos ainda prevalecem muito, as pessoas enxergam a mulher como frágil.

O casal que se apoia e encara os desafios juntos na estrada agora planeja ter uma carreta.

ADEMAR:

E como é isso para você, Ademar? As pessoas se surpreendem por ver um cadeirante caminhoneiro?

Sim, muito. As pessoas têm uma ideia errada de que caminhoneiro tem que ser um cara fortão, bruto e de aço. Mas não é assim, somos humanos, e tem caminhoneiro de tudo que é jeito. Sendo cadeirante então, as pessoas sempre estranham muito.

A primeira vez que eu fui carregar na minha cidade, eu fui sozinho, porque lá sempre tem uns motoristas conhecidos, e eles se colocam à disposição para ajudar a lonar e mexer na carroceria. Me lembro que as pessoas me olhavam com espanto, como quem diz: “o que esse cadeirante está fazendo perdido aqui? ”No próprio detran, quando eu estava tirando a carteira para ser caminhoneiro, eles agiram como se fosse loucura da minha parte, fizeram de tudo para eu desistir da ideia.

“As pessoas não acham que seja possível eu ser caminhoneiro, acham que estou brincando no caminhão. Mas se eu sou habilitado, isso não deveria ser questionado.”

VIVIAN:

Para você, o que é ser caminhoneira?

“Ser caminhoneira, para mim, é superação! O caminhão me mostrou que eu posso fazer o que eu quiser, que eu tenho força e capacidade para qualquer coisa. Tudo depende de mim, se eu quiser muito uma coisa, eu posso conquistar.”

Ser caminhoneira me ensinou a ser aprendiz de novo, me coloquei na posição de humildade de não saber nada, aprendi e amadureci muito. Acabei me encontrando na profissão e entendi que é muito mais do que só dirigir. Aprendi principalmente sobre pessoas, porque a gente encontra muitas histórias pelo caminho e vai crescendo com as situações.

ADEMAR:

E para você, Ademar, o que é ser caminhoneiro?

“Ser caminhoneiro é mudança de vida, é renascer. O caminhão me salvou, me devolveu a vontade de viver, e tirou de mim o peso do rótulo de “inválido”, que é como muita gente vê o cadeirante, infelizmente.”

Além disso, me ensinou muita coisa, me ensinou a ter paciência, administrar meu dinheiro, me ensinou sobre a vida. A estrada e o caminhão são uma verdadeira escola.

Ser caminhoneiro é também paixão, porque tem coisas mais fáceis para se fazer, mas se você ama a profissão, você não se vê fazendo outra coisa mais. Tem as partes desafiadoras, é claro, mas é como na vida, sempre tem as partes boas e ruins, e isso faz parte.

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 Confira agora o filme #1 da campanha “Quem vê cara não vê caminhão” e conheça um pouco mais sobre a caminhoneira Vivian Lopes e seu noivo, Ademar.

Se você chegou até aqui, você provavelmente é caminhoneiro(a), conhece um(a) e/ou gosta muito de alguém que é. Compartilhe a campanha em suas redes sociais e nos ajude a espalhar essa mensagem tão importante para quem vive nas estradas. 

Utilize a #hahstag #QuemVeCaraNaoveCaminhao e vamos juntos na luta por uma vida sem rótulos, preconceitos e estereótipos.

PARABÉNS, CAMINHONEIROS E CAMINHONEIRAS.

SIGAMOS EM FRENTE E LADO A LADO COM A IVECO.

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