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Como as mudanças climáticas afetam nossa vida?

No Dia Mundial do Meio Ambiente, uma reflexão sobre a crise que assola o planeta.

A temperatura média mundial subiu 1,1°C em comparação ao final do século XIX. A última década em especial – entre 2011 a 2020 – foi a mais quente já registrada. Está mais calor, você deve ter percebido. Mas, também está mais frio em certas regiões, as chuvas estão mais intensas e as secas mais prolongadas.

Todos esses eventos fazem parte do mesmo fenômeno: as mudanças climáticas. Aproveitando que o dia 5 de junho é celebrado o Dia Mundial do Meio Ambiente, vamos entender o que está acontecendo com o clima do planeta e qual a responsabilidade dos seres humanos nesta história.

As transformações nos padrões de temperatura e clima ao longo dos séculos podem ser naturais. O problema é que os cientistas apontam que, desde 1800, as atividades humanas têm sido o principal impulsionador das mudanças climáticas, principalmente devido à queima de combustíveis fósseis como carvão, petróleo e gás. Toda essa queima “gera emissões de gases de efeito estufa que agem como um grande cobertor em torno da Terra, retendo o calor do sol e aumentando as temperaturas”, explica a ONU.

E é justamente a elevação da temperatura que aumenta a frequência e a intensidade dos eventos climáticos extremos. Isso significa que as consequências não são apenas temperaturas mais altas, mas também secas intensas, escassez de água, incêndios severos, aumento do nível do mar, inundações, derretimento do gelo polar, entre outras catástrofes. 

Dados do Relatório sobre Clima e Desenvolvimento para o Brasil, divulgado recentemente pelo Banco Mundial, apontam que eventos relacionados ao clima podem levar de 800 mil a três milhões de brasileiros à pobreza extrema a partir de 2030. Alguns dos fatores que levariam a este cenário seriam as reduções do rendimento agrícola, alterações nos preços dos alimentos, impactos na saúde e redução da produtividade no trabalho devido ao calor.

Sim, as mudanças climáticas podem afetar nossa saúde, capacidade de cultivar alimentos, habitação e até nosso emprego!

Outro estudo, realizado por cientistas do Instituto do Mar da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), revela que o litoral brasileiro, especialmente nas regiões Sul e Sudeste, já sofrem impactos do clima. As temperaturas do ar são cada vez mais extremas assim como aumentou a frequência das variações térmicas ao longo dos anos. A tendência é que os desastres causados por temporais, como ocorrido no litoral norte em fevereiro deste ano, se tornem cada vez mais comuns, se nada for feito. 

As mudanças climáticas colocam em risco até mesmo o abastecimento energético, uma vez que quase dois terços da energia produzida no Brasil é proveniente das usinas hidrelétricas. Os regimes de chuvas, dos quais dependem as usinas, estão cada vez mais alterados e deixam o país vulnerável. 

Indo além do Brasil, a OMS (Organização Mundial da Saúde) calculou que ao menos 15 mil pessoas morreram na Europa no ano passado devido a ondas de calor, com a Espanha e a Alemanha entre os países mais afetados. O verão europeu de 2022 foi o mais quente registrado. 

Um relatório do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas) da ONU, lançado este ano, salienta que desastres climáticos que ocorrem uma vez a cada século estão prestes a se tornar eventos anuais. 

A Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) calcula que cerca de 559 milhões de crianças em todo o mundo estão expostas a altas frequências de ondas de calor. Segundo a agência, se o aumento médio da temperatura global atingir 1,7°C em relação à era pré-industrial, esse total subirá para 1,6 bilhão de crianças até 2050.

Compromisso mundial

Milhares de cientistas e analistas de governos de todo o mundo concordaram que é preciso limitar o aumento da temperatura global a não mais que 1,5°C. A meta foi firmada no Acordo de Paris, em 2015, entre 195 países. Para alcançá-la, cada país aderiu a compromissos para reduzir suas emissões de gases do efeito estufa. Mas, infelizmente, pesquisadores alertam que as medidas tomadas pelos países desde então são insuficientes para manter um clima habitável e evitar os piores impactos climáticos. 

O Brasil é um dos 10 maiores emissores de gases de efeito estufa do mundo, mas o perfil das emissões é peculiar e difere do de outros países. A maior parte das emissões brasileiras é ligada ao uso da terra, o que inclui desmatamento e atividades agropecuárias. Ou seja, priorizar esforços para conter o desmatamento daria uma grande vantagem na redução das emissões. 

Outras soluções incluem apostar na expansão do acesso à energia limpa, como a energia solar e eólica, e o investimento em veículos com baixo consumo de combustível. No caso da IVECO, uma das maiores fabricantes de caminhões do mundo, a aposta está no Natural Power: a plataforma de desenvolvimento de veículos movidos por combustíveis alternativos.

As opções incluem caminhões movidos a gás natural e biometano. O primeiro é um combustível alternativo ao diesel que praticamente não emite dióxido de carbono e não apresenta enxofre em sua composição, além de ser significativamente mais barato em comparação às outras opções disponíveis no mercado. 

Já o biometano é produzido através de resíduos orgânicos, como alimentos descartados, restos de plantações, resíduos do processo de produção da indústria de alimentos e algumas bebidas, além de resíduos gerados pela agricultura. Justamente por aproveitar materiais que seriam descartados, o biometano consegue ser produzido e vendido a um preço ainda mais acessível do que o gás natural. 

Com os combustíveis derivados do petróleo, como diesel e gasolina, ficando cada vez mais caros e escassos, é importante pensar em alternativas que sejam economicamente atrativas. Saiba mais sobre as vantagens dos combustíveis alternativos.

O modelo HI-WAY Natural Gas, por exemplo, possui motor que aceita o gás natural, o biometano ou até mesmo a mistura dos dois combustíveis. Além disso, possui duas válvulas de abastecimento para reduzir pela metade o tempo de abastecimento e não necessita de adaptações nos implementos, uma vez que foi desenvolvido para atender o mercado brasileiro.

Saiba mais sobre a linha Natural Power.

Dicas práticas 

Além de optar por veículos e combustíveis menos poluentes, é possível incluir hábitos no dia a dia que contribuam para ajudar ao meio ambiente e, consequentemente, fazer a nossa parte para frear a crise climática. Governos e empresas têm grande responsabilidade no rumo que o mundo vai seguir, porém podemos também colocar em prática mudanças individuais. Confira abaixo algumas dicas:

  • Recicle 

Repare em quais são os resíduos que você mais gera no cotidiano e se pergunte: de onde eles vêm e para onde vão? Veja se pode reduzir o volume de resíduos, como trocar sacolinhas plásticas por sacolas retornáveis no mercado. E assuma a responsabilidade por dar o melhor destino ao “lixo” que produz: resíduos recicláveis devem voltar para a cadeia produtiva e resíduos orgânicos podem ser compostados

  • Poupe energia

Certos aparelhos eletrônicos, como carregadores de laptop, alto-falantes, consoles de jogos e impressoras, consomem eletricidade mesmo quando não estão sendo usados. Deixar estes dispositivos plugados na tomada é desnecessário. Então, desconecte seus eletrônicos ou use um filtro de linha inteligente para desligar facilmente vários eletrônicos ao mesmo tempo.

  • Evite descartáveis

Cada item de plástico que você usa permanecerá no planeta por séculos. Isso inclui os copos, talheres, garrafinhas de água e canudinhos, que são usados e descartados rapidamente. Faça uma troca inteligente: substitua plásticos descartáveis por itens reutilizáveis ??e ecológicos: utensílios de bambu, canudos de metal, sacos de papel, garrafas de aço inox são ótimas opções.

  • Evite desperdícios

Cada produto que você compra extraiu recursos naturais para ser produzido, emitiu gases de efeito estufa durante sua fabricação e transporte e vai gerar resíduos depois que for usado. Então aproveite ao máximo tudo o que tem. Isso vai poupar seu dinheiro e o meio ambiente!

  • Menos carne

Adapte sua dieta inserindo mais refeições à base de vegetais. Um estudo publicado na revista Science, em 2022, aponta que mais de 90% do desmatamento mundial é impulsionado pela agropecuária. A pecuária é o setor que mais gera gases do efeito estufa entre as cadeias produtivas de alimentos. Além disso, muitas pessoas consomem mais alimentos de origem animal do que é considerado saudável. Segundo a ONU, dietas ricas em plantas podem ajudar a reduzir o risco de doenças crônicas, como as cardíacas, além do AVC, diabetes e câncer.

  • Plante árvores

As árvores desempenham diversos benefícios para o planeta Terra, como estocar gás carbônico, liberar oxigênio, amenizar o calor das cidades, abrigar espécies animais. Você pode contribuir com o meio ambiente plantando árvores! Segundo a plataforma Tree-Nation, o plantio de 6 árvores por mês é suficiente para compensar as emissões de CO2 que produzimos, levando em consideração a média anual global de cerca de 6 toneladas de CO2 por pessoa. 

Mesmo quem vive em áreas urbanas pode e deve plantar árvores. Lugar de vegetação não é só na floresta: basta ter cautela e escolher a espécie que mais se adequa ao local do plantio. Conheça 10 árvores da Mata Atlântica que podemos plantar.

Seguindo estas dicas, você começa a fazer parte da mudança, contribuindo com soluções práticas para reverter a crise climática! 

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