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Como reduzir o desperdício de alimentos em casa

Fala, amigo(a)! Mais um conteúdo em parceria com o Ciclo Vivo, trazendo um tema muito importante para o nosso meio ambiente! Não sei se você sabe, mas o desperdício de alimentos é algo assustador!

A produção de alimentos é uma das atividades que mais utiliza recursos naturais como água, energia, minerais e solo. Infelizmente, mesmo com tantos impactos e com tantas pessoas enfrentando a fome no Brasil e no mundo, 17% de todos os alimentos disponíveis para consumo no planeta são desperdiçados. E o pior, boa parte do que vai para o lixo ainda poderia ser reaproveitado. 

O desperdício de alimentos é um problema global. Tanto países desenvolvidos como países em desenvolvimento desperdiçam toneladas de alimentos todos os dias. O Índice de Desperdício de Alimentos 2021, lançado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), apontou que cerca de 931 milhões de toneladas de alimentos foram jogados nas lixeiras de residências, varejistas e estabelecimentos em 2019. Dá para acreditar? 

Só no Brasil, cerca de 27 milhões de toneladas de alimentos por ano são desperdiçados. O que é um contrassenso em um país em que mais de 33 milhões de pessoas passam fome. 

O desperdício não acontece apenas com os consumidores. São problemas que ocorrem durante a produção, armazenamento, transporte e comercialização, cujas soluções devem envolver transformações em toda a indústria alimentícia. 

Em busca de soluções, bons exemplos vêm ocorrendo ao redor do mundo. Nos Estados Unidos, há uma rede de mercearias chamada Daily Table que vende alimentos mais baratos por estarem perto da data de validade. Iniciativas semelhantes existem na Inglaterra, Austrália e Finlândia, para citar alguns.

No Brasil, a ONG Banco de Alimentos recolhe itens alimentícios que seriam descartados, mesmo estando aptos e seguros para consumo, e os redistribui para quem necessita. Há também instituições que estimulam a compra de frutas e verduras “fora do padrão estético”. São alimentos que por terem tamanho ou formato inusitado são dispensados pelos consumidores na hora da compra. O problema de evitar alimentos “feios” é tão grande que muitos itens nem chegam às gôndolas – sendo já descartados na pré-seleção.    

Outro exemplo interessante é o “Disco Soup”, um movimento que recolhe comida fresca no fim das feiras livres para criar pratos saborosos. Anualmente, é realizada uma grande festa que agrega gastronomia, música e conscientização. A iniciativa teve início na Alemanha e se espalhou por vários países – no Brasil foi rebatizada de “Disco Xepa”. 

O que você pode fazer?

Além das ações coletivas, o comportamento individual também conta muito: as residências são responsáveis por descartar 11% do total de alimentos disponíveis. Entre os brasileiros, a estimativa de desperdício anual é de 60 kg por pessoa. Já imaginou a quantidade de pessoas que poderiam ser alimentadas com esta comida?

Como disse certa vez Achim Steiner, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, “não faz sentido, economicamente, ambientalmente e eticamente, desperdiçar alimentos”. Portanto, se você não quer fazer parte destas preocupantes estatísticas, que tal agir ativamente para evitar a perda de alimentos? Além de ajudar a resolver um problema ambiental e social grave, também vai economizar dinheiro. 

Confira abaixo algumas dicas que podem ser colocadas em prática no seu cotidiano:

Planeje

Planejar é o primeiro passo para não comprar além do necessário e evitar o desperdício. Uma pesquisa de 2018 sobre hábitos de compra e consumo de alimentos revelou como a valorização da fartura pelos brasileiros é um fator preocupante. 

Quase 70% dos entrevistados admitiram a necessidade de realizar compras de alimentos em grande quantidade para manter a despensa abastecida. Em consequência, muitos perdem a validade antes do consumo. O preparo exagerado em cada refeição também contribui para o descarte. 

Frutas e hortaliças, seguido por raízes e tubérculos, estão no topo do desperdício. Para evitar, compre alimentos frescos aos poucos e busque entender quais alimentos sua família mais consome e com qual frequência. Você pode anotar, criar um cardápio semanal e até congelar, quando for preciso. Nem sempre tudo sai como o planejado. Ao chegar no mercado, um item pode estar mais caro do que o normal, por exemplo, o que exigirá criatividade para substituí-lo, porém o esforço em criar uma organização sempre será melhor do que comprar sem pensar. 

O importante é não criar listas mirabolantes que jamais vão caber em seu estilo de vida. É muito melhor repetir um prato do que jogar alimentos no lixo.

Organize 

Assim como um planejamento do que será comprado é importante, manter a organização dos alimentos dentro de casa é essencial. Por isso, ao chegar com as compras, tire frutas e verduras de sacolas e embalagens plásticas, que contribuem para acelerar o processo de maturação.

De preferência, não compre alimentos embalados em filmes plásticos ou bandejas de isopor. Além de serem materiais que demoram centenas de anos para se decompor, muitas vezes obrigam os consumidores a comprar mais do que o necessário. 

Outro ponto é dispor os alimentos organizados de forma a facilitar a visualização – evitando que algo estrague porque ficou escondido. A temperatura é outro ponto importante já que a refrigeração aumenta a vida útil de alguns produtos em semanas, além de facilitar na correria do dia a dia. No caso de refeições prontas, o indicado é guardar em quantidades pequenas, uma vez que após descongeladas não é recomendado o congelar de novo.

Reaproveite

O aproveitamento total dos alimentos é a melhor solução para fazer render os produtos frescos. Isso significa utilizar sobras, talos, cascas, sementes, frutas e legumes amassados, ou seja, partes que geralmente são jogadas fora. 

No caso de cascas de frutas, por exemplo, é possível fazer uso na preparação de bolos, sucos, compotas, mousses, sorvetes, chás ou até serem consumidas na versão cristalizada. Digite na busca do Google “aproveitamento total dos alimentos receitas” e você irá se deparar com uma série de ideias para testar. Você pode começar com as 10 receitas reunidas nesta publicação gratuita desenvolvida por estudantes de Nutrição e Metabolismo da USP. 

Além de evitar o desperdício, fazer o uso integral dos alimentos é também aproveitar seus benefícios nutricionais ao máximo e valorizar o tão suado dinheiro com a alta dos preços. 

Plante

Cultivar uma pequena horta caseira de ervas é uma forma de ter temperos frescos sempre à mão. Assim você colhe apenas a quantidade que precisa e evita o desperdício comum de quando se compra maços inteiros de ervas. 

Quem possui quintal na residência pode “ousar” um pouco mais cultivando frutas e verduras. Algumas podem até ser plantadas em vasos, porém muitas exigem um espaço maior. 

O plantio de alimentos é também uma forma de se alimentar de forma mais saudável, cultivando comida fresca e livre de agrotóxicos. Para quem não sabe por onde começar, no site da Embrapa você encontra uma cartilha gratuita com orientações de especialistas para cultivar hortaliças. Para acessar, basta entrar neste site e clicar em “baixar publicação (PDF)”.

Compostagem

Mesmo colocando em prática todas as dicas, restos de alimentos sempre vão parar no lixo. Aliás, mais da metade do lixo urbano produzido no Brasil é formado por resíduos orgânicos, cuja degradação em aterros sanitários libera gás metano – causador do efeito estufa mais prejudicial do que o CO2. 

Para isso também existe uma solução simples que qualquer pessoa pode colocar em prática: a compostagem. 

A compostagem é um conjunto de técnicas aplicadas para transformar a decomposição de materiais orgânicos, como restos de frutas, legumes e verduras, em um rico adubo conhecido como composto orgânico – que inclusive ajudará sua horta a crescer forte e saudável. O processo também gera um líquido escuro que pode ser diluído em água para ser usado como fertilizante ou borrifado nas plantas para combater pragas. Tudo isso ocorre graças a ação de microrganismos, como minhocas. 

Para realizar a compostagem é preciso antes adquirir uma composteira. Há diversos tipos, sendo algumas feitas com baldes de margarina e outras montadas diretamente no chão. É possível tanto fazer uma composteira do zero, em casa, ou compra-la em lojas especializadas. Aqui você encontra informações mais detalhadas de como fazer dois tipos de composteiras, dependendo do espaço que você tem disponível. Aqui também você pode conferir um vídeo claro e objetivo de como fazer uma composteira doméstica.

Utilizar a compostagem ou reaproveitar alimentos, evita esse grande desperdício e também ajuda o nosso meio ambiente. 

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