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Travessias para animais protegem a fauna nas estradas

Você conhece ou já ouviu falar sobre as travessias criadas especialmente para os animais? Hoje você vai aprender o que são essas passagens e porque elas são tão importantes para os motoristas e para a proteção da fauna.

Ao circular por estradas é comum passar por locais em que há maior presença de animais silvestres. Por vezes, estes trechos são sinalizados para que o motorista fique atento, evitando assim atropelamentos e acidentes. Além disso, há outra solução, já empregada em diversas rodovias, com resultado eficiente: as passagens para animais. 

Estas passagens são estruturas que ligam fragmentos de áreas naturais para o trânsito seguro dos bichos. Elas podem ser construídas em forma de passagem subterrânea, ponte verde, corredor aéreo – dependendo de quais animais vão passar por aquela determinada região. 

Passagem subterrânea

A instalação de túneis e galerias é uma das soluções mais empregadas no Brasil. A estrutura pode ser seca ou úmida e atrai sobretudo espécies de mamíferos, répteis e anfíbios. 

Onde encontrar: 

  • Rodovia SP-225, entre Itirapina e Jaú (São Paulo).

Ponte viva

Ponte verde, ponte viva ou ainda viaduto vegetado. Estes são alguns nomes dados às estruturas criadas para garantir a travessia segura de animais de grande porte. Geralmente, tais viadutos são cercados por arame e espécies vegetais são plantadas para simular a continuidade do terreno, conduzindo e direcionando os bichos. A rota de travessia deve respeitar as características do solo, o clima e a vegetação do local.

No Rio de Janeiro, um viaduto vegetado foi criado para conectar a Reserva Biológica de Poço das Antas com a faixa de Mata Atlântica do outro lado da BR-101. A estrutura serve para diversos bichos, mas foi pensada sobretudo para facilitar a vida do mico-leão-dourado, espécie que vive na região e é considerada ameaçada de extinção. 

Onde encontrar: 

  • Rodovia dos Tamoios, no km 25,8 (São Paulo).
  • No km 218 da BR-101, em Silva Jardim (Rio de Janeiro). 

Corredor aéreo

Já o corredor aéreo, também chamado de passarela suspensa, é pensado para animais arborícolas (que habitam as árvores), como por exemplo, os macacos. Tais passagens são feitas de madeira e corda e são instaladas entre as copas das árvores.

Onde encontrar: 

  • Rodovia dos Tamoios, no km 70,4 (São Paulo).
  • Rodovia BA-099, conhecida como Estrada do Coco (Bahia).

Protegendo os animais

A criação de travessias exclusivas para a passagem de animais é uma das formas de reduzir o impacto causado pela construção das estradas. Sim, todas as rodovias, por mais importantes que sejam, causam impactos negativos – sobretudo quando estão próximas às áreas florestais

Uma via construída pode cortar justamente o hábitat de importantes espécies animais, impedindo seus movimentos para se reproduzir, se alimentar e conseguir refúgio.

Desta forma, as travessias ajudam a garantir a sobrevivência das espécies no entorno e reduzir a perda de biodiversidade. Outro ponto importante é diminuir os casos de atropelamentos de animais na pista, problema sério nas rodovias brasileiras. 

Um levantamento do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE), divulgado em 2016, aponta que ocorrem cerca de 475 milhões de mortes de animais por ano. Isso significa uma morte a cada 15 segundos.

Os pequenos vertebrados, como sapos, cobras e aves de menor porte, são as principais vítimas, representando quase 90% das mortes por atropelamento. Animais de médio porte, como gambás e macacos, cerca de 10%. De maior porte, como as onças, antas e lobos, 5%.

O que fazer quando encontrar animais na estrada? 

Ao dirigir por grandes rodovias, há diversos trechos que podem ser invadidos por animais. Qual a melhor atitude a se tomar em tal situação? Confira as dicas abaixo! 

Ao avistar animais na pista, reduza a velocidade. Jamais buzine ou acenda o farol. Estas duas ações podem assustá-los, causando reações inesperadas. 

Para passar por pequenos animais silvestres, desvie com cuidado – sempre atento aos veículos que possam vir em ambas direções. Já no caso de animais de grande porte, o mais seguro é passar, com os vidros fechados, por trás dos bichos – diminuindo a velocidade de reação do animal. Enquanto bois e vacas não recuam, os cavalos podem reagir. 

Ao seguir viagem, você pode avisar outros motoristas sobre a presença de animais na pista. Faça isso piscando os faróis para os veículos que vierem no sentido oposto e fazendo um sinal com a mão para baixo, mostrando quatro dedos. Na “linguagem das rodovias”, os dedos representam as quatro patas.

Você também pode ligar para a concessionária responsável ou para a Polícia Militar no 190, que acionará a polícia rodoviária e a concessionária responsável pelo trecho. 

Se você costuma encontrar muitos animais na pista, pode ser interessante baixar em seu celular o aplicativo Urubu Mobile, desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal de Lavras. Pelo aplicativo, você registra o animal avistado e assim contribui para mapear os locais de atropelamento de animais silvestres e domésticos em todo o Brasil. 

Por fim, uma dica importante: jamais jogue lixo nas rodovias, pois os restos de alimentos atraem animais para a pista. 

Curtiu essas dicas importantes que o Ciclo Vivo preparou para você? Massa, né? Conta pra gente o que você achou!

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