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Estações do ano interferem nos níveis de colesterol

Os níveis de colesterol aumentam com a chegada do inverno e caem novamente na medida em que o calor retorna, aponta um novo estudo feito por pesquisadores brasileiros. Segundo a pesquisa, ainda não está claro se essas mudanças nos níveis de colesterol estão colocando pacientes em risco de ter ataques cardíacos ou acidentes vasculares cerebrais.

Há várias razões possíveis para explicar por que o colesterol varia de acordo com a estação do ano, disse o pesquisador Filipe Moura, incluindo mudanças na dieta, exercícios e variações no tempo de exposição ao sol. “No inverno, consumimos mais calorias e comemos alimentos mais gordurosos, que podem ter algum efeito sobre os níveis de colesterol ruim”, disse ele.

As pessoas também recebem menos sol no inverno e por isso produzem menos vitamina D, um fator que pode ter efeito sobre o colesterol. Moura também observou que durante o inverno as pessoas estão mais propensas a resfriados e gripes, o que também pode afetar os níveis de colesterol.

Os resultados do estudo foram apresentados no último fim de semana no encontro anual do Colégio Americano de Cardiologia, em São Francisco. Moura e sua equipe coletaram dados de mais de 227.000 pessoas que tinham os níveis de colesterol controlados em centros de cuidados primários em Campinas entre 2008 e 2010.

Os pesquisadores descobriram que, durante o inverno, a lipoproteína de baixa densidade (LDL), também chamada de colesterol “ruim”, elevou-se em média 7 miligramas por decilitro de sangue em comparação com o verão, um aumento de 8% durante os meses frios. Durante os meses de calor, os níveis de lipoproteína de alta densidade (HDL), o colesterol “bom”, subiram cerca de 9% – assim como os níveis de triglicérides, que aumentaram cerca de 5%, segundo os pesquisadores.
Isso é diferente do que foi encontrado em outros estudos, disse Moura. Uma possível explicação seria o clima de Campinas. A altitude da cidade está entre 548 e 762 metros acima do nível do mar, e os invernos são, em geral, suaves e secos.

Moura disse que essas mudanças podem ser ainda mais extremas nos Estados Unidos, na Europa ou em outras áreas que têm maiores mudanças climáticas entre o inverno e o verão. Agora, ele planeja olhar para pacientes com doença cardíaca para avaliar se a mudança sazonal nos níveis de colesterol de fato resulta em mais infartos.

Fonte: Portal Saúde IG

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