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Os obstáculos e problemas na serra da rodovia Anchieta

Faz dias que venho elaborando um meio de comentar sobre a descida da serra da Anchieta rumo ao litoral sul de São Paulo. Justamente na semana passada, presenciei um acidente com dois caminhões ao meu lado: ambos não conservaram a distância segura e, trafegando proibidamente pela esquerda, se chocaram ao deparar com o trânsito em frente, mostrando que este trecho não é brincadeira.

O trecho de serra da rodovia Anchieta, a SP 150, é caminho obrigatório para a maioria dos caminhoneiros que seguem em direção ao maior porto da América Latina: o porto de Santos.

Prestes a completar 70 anos, ela ainda se mantém como o principal caminho para os caminhões, e isso traz alguns entraves. Como a rodovia mantém o mesmo traçado desde que foi inaugurada, ela não acompanhou a evolução do mercado, e hoje sofre com o tráfego intenso de caminhões cada vez maiores. Por isso, foi proibido o trânsito de carretas acima de 27 metros em direção ao litoral.

Reclamações constantes dos caminhoneiros, por conta das diversas multas aplicadas no local, são comuns, mesmo porque, o trecho de serra possui pouquíssimos locais para ultrapassagem e caminhoneiros são flagrados sempre ultrapassando veículos mais lentos nestes pontos (e a policia rodoviária não perdoa).

O ângulo de descida é um desafio para os caminhoneiros e somente os caminhões mais atuais a enfrentam com menos dificuldade por contar com freios auxiliares mais eficientes.

O pedágio caro é outra reclamação dos profissionais do volante, e com razão, já que a concessionária alega que o valor alto é aplicado para compensar o investimento na construção da rodovia Imigrantes. Porém, ela é proibida para caminhões, então para que cobrar dos caminhões por eixo um valor absurdo?

Grande parte dos motoristas não gosta desse trecho, seja pelas dificuldades enfrentadas para descer (trânsito, risco de acidentes, insegurança), seja pelo fato do destino ser a Baixada Santista, conhecida por não oferecer apoio para a caminhoneirada, carente de locais para estacionar, bons postos e segurança.

Porém, eu, assim como outros, enxergo de outra forma: se aproximar desse trecho significa que estamos mais próximos de casa.

E a rodovia da Anchieta não tem somente pontos negativos. Seu trecho de serra, tanto subindo como descendo, possui um ângulo de subida menos íngreme do que a Imigrantes, e por contar com asfalto (na Imigrantes é concreto) e rodeado por mata atlântica em boa parte preservada, permite o caminhão subir em uma temperatura do motor mais amena.

Você amigo caminhoneiro, se ainda não conhece este trecho, tenho certeza que uma hora ou outra terá que passar por ele, mas não se preocupe, não é nenhum bicho de 7 cabeças.

Mantenha a calma, respeite as leis de trânsito e tenha uma viagem tranquila e segura.

Até a próxima!

Wagner Araújo  Wagner Araújo – Carreteiro e responsável pelo blog Wagner Caminhõeshttp://wagnercaminhoes.blogspot.com.br/

 

 

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